Ante os Astros
Gilberto
Maia
No silêncio da
noite enluarada
E estrelada,
Uma voz doce e
meiga enchia os ares,
A convidar as
almas aos cismares
Pela estrada.
A lua envolta em
manto triste e baço
Um pedaço
Do véu que
envolve os pobres “in extremis” –
Era um despetalar
de rosas cremes,
Pelo espaço.
E esta voz toda
feita de doçuras,
De branduras,
Assim dizia nos
encantos seus:
“Pastores de
Belém dai glória a Deus,
Nas alturas.”
Pois hoje vos
nasceu o Salvador,
O Senhor,
Que há-de levar o
povo de Israel,
Para a terra que
mana leite e mel,
Bem e amor.”
“Ide a Belém
humilde procurá-lo,
Contemplá-lo
No berço pobre de
uma estrebaria;
Ide ante a luz
dos olhos de Maria
Adorá-lo.”
Ouvida, então, a nova angelical,
Celestial,
Rumaram todos
eles a Belém,
Afim de
contemplar o Sumo Bem
Divinal.
A lua envolta em
manto triste e baço
Um pedaço
Do véu que
envolve os pobres “in extremis” –
Era um despetalar
de rosas cremes
Pelo espaço.
Luar mimoso,
estrela cintilante,
De diamante,
Luzi no céu e
iluminai a estrada,
Que leva os
homens a Belém situada
Lá distante.
Do livro O Natal de Cristo – Coletânea (1950)
(A POESIA DO NATAL-ANTOLOGIA-ORG. DE SAMMIS REACHERS-RJ)
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