Natal
Albérico de
Souza
Natal – o rio, a
flor, a fonte, a luz,
a brisa, o mar, o
vale, a penedia,
a noite, a
madrugada, o sol, o dia,
festejam o natal
do bom Jesus.
Natal – o rico, o
pobre, o potentado,
o nobre, o pária,
o livre, o viajor,
o poeta, o
mestre, o nauta, o construtor,
fremem de gozo
quando ele é chegado.
Natal – o grego,
o russo, o brasileiro,
o chim, o persa,
o bravo finlandês,
o sírio, o
americano, o polonês,
em Cristo têm o
eterno medianeiro.
Natal – no monte
e pelo mar infindo,
nos polos, nos
agrestes, no equador,
nas ilhas, no
deserto abrasador,
é sempre o dia
mais feliz e lindo.
Natal – na
capital, no povoado,
na vila, na
fazenda, na savana,
no templo, no
palácio, na cabana,
é o dia mais
feliz e mais amado.
Natal – o velho,
o moço, a criançada,
o juiz, o
militar, o pregador,
o impávido
marujo, o aviador,
desfrutam todos
paz alcandorada. 66
Natal – murmura a fonte cristalina,
Natal – diz a
avezinha em oração,
Natal – perfuma a
rosa purpurina,
Natal – diz a
sorrir meu coração.
Do livro O Natal de Cristo – Coletânea (1950)
(A POESIA DO NATAL-ANTOLOGIA-ORG. DE SAMMIS REACHERS-RJ)
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