DESPEDIDA
Belmiro Ferreira
Tímidos, a tremer, nos despedimos,
Um pesar n'alma nossa sufocando.
Teus olhos negros vi quase chorando...
E mudos, tal dois cegos, persistimos.
Horas mortais se aproximando vimos,
À despedida lúgubre levando
Nossos seres de dor agonizando,
Neste mundo esquecidos, sem arrimos.
Um aperto de mão, e te ausentas...
Olhos mortos, e flébil', e calada...
A senda do desterro só enfrentas.
Com a vista de lágrimas banhada,
Vejo-te ir-te, em passadas muito
lentas,
E dobrar, sem adeus, a curva da estrada.
(JORNAL LITERARTE,
AGOSTO/2014, EDITADO POR ARLINDO NÓBREGA)
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