JAMAIS
José
Britto Barros
Diz a mangueira à folha que se solta:
quando é tua volta?
Já vais?
E a folha chora ao ver que vai descendo
e diz gemendo:
jamais...
A noite fala ao vento sussurrante:
como és errante!
Quem mais?
E a ventania a soluçar responde:
parar? Aonde?
Jamais...
Se descorola a flor linda e cheirosa,
era uma rosa,
que ais!
Mas vindo alguém dizer que se reponha
fala tristonha:
jamais...
Nalma inditosa de um menino triste
gemido existe,
que mais?
Já não tem lar, nem pais, sofre tortura,
gozar ventura?
Jamais...
(1ª parte – Corrente – PI – maio de 1957)
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