Musa do Silêncio
Dario Vellozo (1869-1937)
No silêncio da tarde que se
esfolha,
Vaga e macia nos ocasos de
ouro,
Fito, cismando, o teu
semblante,
o louro Tom do cabelo que o
pesar desfolha.
Segues, por entre os
túmulos, sombria,
Na saudade pungente. Erma e
discreta,
A Mansão do Silêncio a alma
inquieta
Cinge-te, à luz nostálgica
do dia.
És do Silêncio a Musa
merencória,
Leio-te na alma angustiosa
história,
Triste fadário que teu véu
recata;
Leio-te na alma a solidão
imensa,
Só mitigada por suave
crença,
Prece que o olhar em
lágrimas desata.
(FONTE: ALMANAQUE CHUVA DE
VERSOS 373, JOSÉ FELDMAN)
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