UM CARA FOLGADO
Entrei no
ônibus e só havia um lugar desocupado. Poltrona dupla, já havia um cara sentado
na outra parte, mas com as pernas abertas ocupando todo o banco. É como se
dissesse aqui é meu e ninguém tasca. Pedi licença e me sentei. Mas fiquei
matutando: que cara folgado. Merece uma reprimenda. De repente, entrou um
cidadão com uma massa corpórea bem avantajada e veio vindo e se postou bem em
frente. Pensei: taí a reprimenda que eu queria. Fiz sinal pra ele e cedi meu
lugar para o cidadão e me encaminhei para trás do ônibus. Deixei o folgado se
acertar com o recém-chegado. É o que se chama ¨tapa com luva de pelica¨.
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