CETICISMO
Mário
Barreto França
Se
eu tivesse de amar (porque não amo
Nem
tive nunca pretensões de amar),
Eu
amaria os pássaros no ramo
E
as brancas velas na amplidão do mar...
Não
digo que sou triste, nem proclamo
Que
sou feliz. Alheio e singular
Não
dou ouvido à própria voz que clamo
E
nem me ajoelho em frente de um altar.
Medito
e calo. Considero a vida
Como
uma estrada assim erma e comprida,
Que
a gente fatalmente há de trilhar,
Tendo,
no término, a verdade dura
De
um fosso aberto ou de uma sepultura
Mostrando
ossadas ao clarão lunar.
(Do
livro DE JOELHOS, cuja cópia me foi cedida pelo amigo Sammis Reachers, Rio de
Janeiro)
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