DESENGANO
Mário Barreto França
Sonhando a vida um estendal de flores,
Segui cantando o salmo da esperança;
E, na vaidade de quem tudo alcança,
Pus-me ao dispor de todos os amores.
Cedo, a alegria transformou-se em dores;
E eu fui perdendo aos poucos a confiança
Na minha fementida liderança
Dos visionários e conquistadores...
Tudo me veio oposto ao que sonhara,
A minha glória esplendorosa e rara
Foi apenas um sonho que passou...
O desengano, então, abriu-me a cova;
E nunca mais uma esperança nova
Num sorriso meu rosto iluminou.
(Do livro De Joelhos, cuja cópia me foi cedida pelo
amigo Sammis Reachers, Rio de Janeiro)
Comentários