NA PRAIA
Filemon Martins
Caminho, sem destino, pela praia,
- por que me fere a solidão assim?
Percebo que à distância o sol desmaia
talvez para esconder o amor de mim.
O mar, aos prantos, seu furor ensaia
mostrando seu poder quase sem-fim,
mas vou partindo sem que a noite caia
enquanto as ondas fazem seu motim.
Minhas marcas se perdem lá na areia,
porque depois com força a maré-cheia
vem e apaga as pegadas que deixei...
Também a minha sorte me maltrata
como a maré que passa, a vida ingrata
vai apagando tudo o que sonhei!
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