NO ALTAR DA VIDA
Mário Barreto França
No altar da vida – Amor – um dia, compungido,
(Como outrora, em Moriá, o velho pai Abraão
Quis a Deus ofertar o seu filho querido),
Eu fui sacrificar meu jovem coração...
Do velho pai Abraão, é por todos sabido
Que Deus, tendo por ele uma grande afeição,
Lhe dispensou tal prova e ainda, comovido,
Abençoou-lhe a casa e sua geração...
Mas, de mim, sei somente, em íntimo suplício,
Que foi grande demais esse meu sacrifício,
Que foi triste demais minha desilusão...
Minha oferta, jamais, me foi recompensada;
Em troca disso – Amor – Tu não me deste nada;
E eu fiquei para sempre a te implorar em vão...
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