Hoje faz cinco (5)
anos que o mano Mário Ribeiro Martins nos deixou. Em sua homenagem republico o
texto que escrevi na época do seu falecimento.
QUEM FOI MÁRIO RIBEIRO MARTINS?
Filemon F.
Martins
Mário Ribeiro Martins nasceu a 07/08/1943, no agreste da Bahia, na
cidade de Ipupiara, Região da Chapada Diamantina. Filho de Adão Francisco
Martins e Francolina Ribeiro Martins. Aprendeu as primeiras letras nas cidades
de Ipupiara, Morpará e Xique-Xique, tendo concluído o curso ginasial no Colégio
São Vicente de Paulo, em Bom Jesus da Lapa.
No Recife, fez o curso Clássico no Colégio Americano Batista Gilreath, onde
também estudara Gilberto Freyre nos idos do ano de 1907. No Seminário Teológico
Batista do Norte do Brasil bacharelou-se em Teologia em 1970. Na Universidade
Católica de Pernambuco licenciou-se em Filosofia Pura, onde também fez
Licenciatura em Sociologia. Em 1972, bacharelou-se em Ciências Sociais, na
Universidade Federal de Pernambuco. Ainda em 1972 terminou o Mestrado em
Teologia, com especialização em História do Cristianismo, defendendo a tese “O
Radicalismo Batista Brasileiro”.
Tornou-se professor na Universidade Católica de Pernambuco, na Universidade
Federal Rural, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil e na Escola
Superior de Relações Públicas.
Escreveu para os jornais, “DIÁRIO DE PERNAMBUCO” e “JORNAL DO COMMERCIO”, ambos
do Recife, ao lado de MAURO MOTA, ORLANDO PARAHYM, NILO PEREIRA, ALBERTO CUNHA
MELO e outros.
Em 1973, na Espanha, fez cursos de Especialização na área de Educação Moderna e
Sociologia, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid, além de Administração
Pública, na Escuela Nacional de Alcalá de Henares. De volta ao Brasil,
publicou: “GILBERTO FREYRE, O EX-PROTESTANTE” (São Paulo - Imprensa Metodista,
1973), uma contribuição biográfica focalizando aspectos interessantes da vida
do Mestre de Apipucos, posteriormente traduzido para o espanhol por Jorge
Piñero Marques.
Em 1975, transferiu-se para Anápolis – Goiás, onde se dedicou ao Magistério
Superior, como professor da Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão e da
Faculdade de Direito. Depois de ter concluído o curso de Bacharel em Ciências
Jurídicas e Sociais, na Faculdade de Direito de Anápolis, em 1976, tornou-se,
através de Concurso Público de Provas e Títulos, em 1978, Promotor de Justiça
de Abadiânia, atuando também em Corumbá de Goiás e depois, Anápolis.
Aposentado em abril de 1998, como Procurador de Justiça do Estado de Goiás,
transferiu-se para Palmas, Tocantins, onde passou a residir. Desde então,
tem-se dedicado a atividades literárias, fazendo palestras, seminários e
conferências sobre literatura goiana e tocantinense, bem como pesquisando
material para novos livros. Fez curso de Pós-Graduação em Administração
Pública, no III Ciclo de Estudos de Política e Estratégia, num convênio entre a
Universidade do Tocantins e a ADESG (Associação dos Diplomados da Escola
Superior de Guerra), quando estudou no Rio de Janeiro para complementação do
curso, através de visitas aos diversos Ministérios e Instituições Públicas.
Escritor, Cronista, Poeta, Sociólogo, Pensador, Mestre em Teologia, Ecologista,
Filósofo, Jurista, Dicionarista, Biógrafo, Historiador, é autor de vários livros,
entre outros: “CORRENTES IMIGRATÓRIAS NO BRASIL” (1972),
“SUBDESENVOLVIMENTO-UMA CONCEITUAÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA” (1973), “SOCIOLOGIA
DA COMUNIDADE” (1973), “MISCELÂNEA POÉTICA” (1973), “GILBERTO FREYRE, O
EX-PROTESTANTE” (1973), “ESBOÇO DE SOCIOLOGIA” (1974), “FILOSOFIA DA CIÊNCIA”
(1979), “SOCIOLOGIA GERAL & ESPECIAL” (1982), “LETRAS ANAPOLINAS” (1984),
“JORNALISTAS, POETAS E ESCRITORES DE ANÁPOLIS” (1986), “ESTUDOS LITERÁRIOS DE
AUTORES GOIANOS” (1995), “ESCRITORES DE GOIÁS” (1996), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO
DE GOIÁS” (1999), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DO TOCANTINS” (2001),
“CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS” (2004), “RETRATO DA ACADEMIA
TOCANTINENSE DE LETRAS” (2005), “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS” (2007), “DICIONÁRIO GENEALÓGICO DA FAMÍLIA
RIBEIRO MARTINS” (2007), “A CONSCIÊNCIA DA LIBERDADE E OUTROS TEMAS” (2008),
“MANIFESTO CONTRA O ÓBVIO E OUTROS ASSUNTOS” (2009), “ENCANTAMENTO DO MUNDO E
OUTRAS IDEIAS” (2009) “CONFLITO DE GERAÇÕES E OUTRAS PROVOCAÇÕES” (2010) “RAZÃO
DO MEU VIVER E OUTRAS AMENIDADES” (2011).
Em “MISCELÂNEA POÉTICA” revelou-se um excelente sonetista compondo sonetos como
estes: MEDO DAS TREVAS – “Nos dolentes caminhos desta vida,/parei
chorosamente pra pensar:/vi o passado – que grande ferida!/Vi o presente – que
tempo vulgar! Com quase a minha fé desfalecida,/desvendei o futuro a me
acenar:/contemplei minha nau quase perdida,/do encapelado mar se retirar.
Encosta, encosta, encosta foi meu brado./Quando saiu meu grito desvairado,/a
nau chegou ao cais lá no porvir. Que tremenda visão eu tive agora!/Que sonho!
Que beleza! Amável hora,/pois acordei morrendo de sorrir.”
VERGEL – “No meu lindo vergel de experiências,/colho versos de amor e de
saudade;/vejo neles excelsa claridade/dos sonhos meus e das reminiscências.
Passo horas e horas vendo estas essências,/do meu jardim, da rica
mocidade;/busco aqui, busco ali sublimidade,/todos são versos, são
resplandecências. Vivo dias e noites escrevendo/e minuto por hora vou relendo/os
versos que me traz a inspiração. Extingue-se o prazer se perco um verso/e sinto
toda a dor deste universo/quando me falta a rima em perfeição.”
Em “CONFLITO DE GERAÇÕES E OUTRAS PROVOCAÇÕES” uma série de artigos e
crônicas publicadas em jornais e revistas ao longo de sua trajetória literária:
“A história jamais resolverá o conflito entre a juventude e a velhice. Não é
que a juventude seja inevitavelmente inimiga da velhice. O fato é que o
ponteiro de equilíbrio entre as duas gerações tem estado em direção da
juventude. Constituindo a maioria populacional, os jovens, como não poderia
deixar de ser, brilham mais intensamente. Daí o uso de expressões, como “o
mundo é dos jovens” e outras. Isto, porém, não dá o direito de negar à velhice
grandes realizações em todos os tempos.” Do mesmo livro, o artigo sobre a
IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA, “Não se pode negar a importância da Filosofia em
qualquer faceta da vida humana. Embora o centro de gravidade dos interesses do
homem esteja, modernamente, no campo da ciência e da tecnologia, exerce a
Filosofia um atrativo impar e tem sua presença marcante no mundo moderno... A
Filosofia tem um presente e terá um futuro como teve um passado de vinte e
cinco séculos. Não tivesse ela a sua grandeza e a sua significação já teria
sido abandonada pelo homem, como sói acontecer com tudo aquilo que é inútil ou
que se torna desnecessário.”
Considerado o maior Biobibliógrafo do Brasil, segundo LICINIO LEAL BARBOSA,
advogado criminalista, professor titular da Universidade Católica de Goiás,
manteve via Internet o DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL com mais
de 40 (quarenta) mil biografias, dentro de ENSAIOS, no site www.usinadeletras.com.br, além de publicar crônicas, artigos e discursos.
É membro da Academia Goiana de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de
Goiás, da Associação Goiana de Imprensa, da União Brasileira de Escritores de
Goiás, da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, de Anápolis e da
Academia Goianiense de Letras.
Em outros Estados, é membro da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro,
da Academia Evangélica de Letras do Brasil, da Academia de Letras Municipais do
Brasil, em São Paulo, da Academia Tocantinense de Letras e da Academia
Pernambucanas de Letras e Artes.
Algumas opiniões sobre o autor: “Mário Ribeiro Martins foi lançado por este
jornal com uma série de artigos sobre Gilberto Freyre e sua adolescência
religiosa, sendo hoje um dos melhores articulistas deste e de outros órgãos da
imprensa”. José dos Reis Pereira (Jornal Batista-Rio de Janeiro, 31.12.74). “Um
simpático Dr. Mário Ribeiro Martins publicou há pouco um opúsculo – GILBERTO
FREYRE, O EX-PROTESTANTE. Pena que não me tenha ouvido outras vezes. Eu lhe
teria contado coisas talvez de interesse para o seu estudo”. Gilberto Freyre
(Folha de São Paulo-SP, 29.03.81). “Quero cumprimentá-lo pelo seu livro
“FILOSOFIA DA CIÊNCIA”, de excepcional qualidade, pela modernidade do texto, onde
faz referência não somente às minhas obras, entre as quais, FILOSOFIA DO
DIREITO, mas também ao Instituto Brasileiro de Filosofia que tive o prazer de
fundar, em 1949, na capital paulista”. Miguel Reale, (in O
Popular-Goiânia-23.10.79). “O presente trabalho – FILOSOFIA DA CIÊNCIA –
publicado pela Editora Oriente, em Goiânia, de autoria do ilustre professor
Mário Ribeiro Martins, não se restringe aos seus objetivos pedagógicos, mas
busca, sobretudo, reafirmar a grandeza e a significação da investigação filosófica,
através da qual o homem se descobre como ser no mundo, daí a razão por que se
trata de um livro do mais alto valor, essencial à reflexão filosófica”.
Benedicto Silva (Informativo da Fundação Getúlio Vargas - Rio de Janeiro –
10.06.81).
“Pelo inestimável valor e magnitude de sua gigantesca obra, Mário Ribeiro
Martins tem lugar garantido na honrosa galeria dos maiores escritores e homens
de letras do Brasil”. Adrião Neto – Teresina, Piauí, 25.11.2004. “Prezado
acadêmico Mário Martins, agradeço, sensibilizado, o obséquio de 2 (dois)
exemplares (para a Academia e para mim), de seu belo DICIONÁRIO
BIOBIBLIOGRÁFICO DE MEMBROS DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, de fina
sensibilidade e de importância histórica para as letras nacionais, retribuindo-lhe
com o meu CEM SONETOS, publicado em 2006”. Ives Gandra da Silva Martins
(Presidente da Academia Paulista de Letras, 07.12.2006).
Seus trabalhos literários estão
publicados em vários jornais e revistas, entre os quais, “Revista Nacional”, do
Rio de Janeiro; “Correio do Ceará” de Fortaleza; “Diário da Manhã”, de Goiânia;
“Jornal da Paraíba”, de Campina Grande; “O Progresso” de Dourados, MS; “Tribuna
Piracicabana” de Piracicaba, SP; jornal “Manchester”, jornal “O Popular” de
Goiânia, “Revista Brasília”, DF.
Publicou artigos de crítica literária, em diferentes jornais, sobre uma
infinidade de autores goianos e nacionais, entre os quais, José Mendonça Teles
(O Anápolis-30.08.82); Modesto Gomes da Silva (O Anápolis-13.09.82); Gilberto
Mendonça Teles (Correio do Planalto-31.1181); Bernardo Élis (Correio do
Planalto-12.12.81); Jaime Câmara (Correio do Planalto-28.11.81); Paulo Nunes
Batista (Correio do Planalto-29.05.81); Carlos Ribeiro Rocha (O
Popular-10.07.77); Ursulino Leão (O Popular-13.11.77); Gilberto Freyre (O
Popular-30.07.78, Correio do Planalto-série de 18 artigos, 5.07.80 a 13.09.80,
Jornal do Commercio, Recife-04.10.72, Jornal Batista-RJ-16.07.72, Diário de
Pernambuco-09.01.75.
Outros artigos do autor na Internet, www.usinadeletras.com.br, sobre LICINIO BARBOSA E SEUS DEUSES E DEMÔNIOS, O GOVERNO DO TOCANTINS
E A SEDE DA ACADEMIA, A INJUSTIÇA DOS CORREIOS COM AS BIBLIOTECAS, MIRORÓS
(Bahia) – UM PROJETO INACABADO, RESTRIÇÕES À ENCICLOPÉDIA BARSA, VIAGEM PELOS
RIOS TOCANTINS E ARAGUAIA, QUEM FOI JÚLIO PATERNOSTRO? O BRASIL ESTÁ VIRANDO UM
PAÍS DE CORRUPTOS? A LEI BURLANDO A LEI, A SOJA COMO DESASTRE ECOLÓGICO, IOGA:
RELIGIÃO OU TERAPIA? A CONSTRUÇÃO DO ROMANCE EM MOURA LIMA E OUTRAS FACETAS,
ENCICLOPÉDIA LITERÁRIA E A ENTREVISTA DE JOÃO UBALDO RIBEIRO, UM BAIANO ILUSTRE
(Milton Santos), CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS E DICIONÁRIO
BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL DE A a Z.
Está vinculado à “Sociedade de Homens de Letras do Brasil”, no Rio de Janeiro,
à “União Brasileira de Escritores do Amazonas” e à “Associação Goiana do
Ministério Público”.
É biografado por Luiz Vital Duarte no livro “RUY BARBOSA – SUA OBRA, SUA
PERSONALIDADE”, 1984. Figura no livro de José Mendonça Teles “GENTE &
LITERATURA”, como um dos nomes ligados à literatura goiana. É biografado também
no “DICIONÁRIO DE ESCRITORES PIAUIENSES DE TODOS OS TEMPOS”, de Adrião Neto, no
“DICIONÁRIO DE ESCRITORES DE BRASÍLIA”, de Napoleão Valadares e no livro “A
POESIA GOIANA no Século XX”, de Assis Brasil.
É verbete na “ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA”, de Afrânio Coutinho,
edição do MEC-1990 e no “DICIONÁRIO LITERÁRIO BRASILEIRO”, de Raimundo Menezes.
É referenciado no “DICIONÁRIO DE POETAS CONTEMPORÂNEOS”, de Francisco
Igreja-1991. Citado no “DICIONÁRIO DA INTERNATIONAL WRITERS AND ARTISTS
ASSOCIATION”, de Teresinha Pereira, USA-1994. Mencionado no livro “SOCIEDADE
GOIANA”, de Artur Rezende e presente em várias Antologias de poesia e prosa,
entre as quais, “VENTANIA”, de Gabriel Nascente, “PLURICANTO”, de Joanyr de
Oliveira e “ANUÁRIO DE POETAS BRASILEIROS”, de Aparício Fernandes-RJ.
Por tudo isso e muito mais, Mário Ribeiro Martins foi um dos nomes mais
expressivos na Literatura Brasileira, em especial nos campos da Sociologia,
Filosofia e História.
Faleceu a 18/03/2016 em Palmas, Tocantins, onde residia, tendo sido
velado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, seção de Palmas e recebido
homenagens da Academia Tocantinense de Letras, Academia Palmense de Letras e do
Ministério Público do Tocantins. Seu corpo foi velado também no salão da Igreja
Batista de Ipupiara, tendo sido sepultado no cemitério da cidade de Ipupiara,
onde nasceu, com a presença de parentes, amigos e admiradores.
Deixou a mulher e duas filhas do primeiro casamento e quatro netos. No
campo da Literatura deixou 36 obras publicadas.
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