ANTES E DEPOIS DO SONHO
Mário Matta e Silva
Espelha-se a lua nova na vidraça
Os pássaros escondem-se na ramagem
Fustiga-nos as faces a fresca aragem
A noite torna-se depois um tanto baça.
Sumiu-se no horizonte a hora crepuscular
Impõe-se a escuridão sobre todos nós
Do dia, o espanto, foge veloz
E cresce a doçura em cada olhar.
Hora de descanso em lençóis lavados
Mantos de girassóis amarelados
Enfeitam os sonhos nas noites calmas;
Nasce a madrugada, resplandece o dia
Lá se foi o sono, ó triste ironia
Volta a agitação a habitar as almas.
(FONTE AVBAP)
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