NÃO SEI
Mário Barreto França
Não sei se já sentiste em tua vida
Uma funda tristeza sem razão,
E uma vontade louca e incompreendida
De magoares o próprio coração;
Não sei se já ficaste arrependida
Por cometeres uma ingratidão,
Sem, contudo, te veres impelida
A pedir o conforto de um perdão;
Não sei se já, propositadamente,
Tu feriste o amor-próprio dessa gente
Que queres ver, no entanto, no
esplendor;
Se isto se passa na tua alma, escuta:
É que travas contigo a íntima luta
Dos contrastes incógnitos do amor.
(Do livro De Joelhos)
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