SONETO I

Paulo Bonfim, poeta paulista, exímio sonetista:
SONETO I
Paulo Bonfim
No ramo a flor será sempre segredo
moldando realidades no vazio,
caminho de perfume, rosa e estio,
crescendo além dos roseirais do medo.

História das raízes sem enredo...
Rolam frases de terra pelo rio,
as consoantes de luz tremem de frio
e as vogais orvalhadas morrem cedo.

No ramo a flor será sempre futuro,
haste e corola nos confins do sonho,
marcando de infinito a cor do muro...

Sempre a cor sobre a senda debruçada,
e o perfume crescendo onde reponho
o sentido da flor despetalada.

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