NATAL VAZIO
EVANDRO MOREIRA
Eu quisera
escrever um poema diferente,
como não se
escreveu nunca, em nenhum Natal,
que falasse
da noite estrelada e silente
numa voz mais
sentida e também desigual.
Que falasse
dos Reis e da Estrela candente
que trouxe ao
berço humilde o Filho divinal,
falasse de um
pastor, de uma ovelha indolente,
ouvindo uma
canção de perfume oriental.
Quisera –
qual menino alegre, esperançoso,
à espera de
um presente, oferta do bondoso
velhinho –
hoje escrever uma canção ao Céu.
Mas, chegando
ao final do poema, vejo triste,
que nele de
bonito ou de novo nada existe,
se em meus
sonhos morreu o meu Papai Noel!
(I Concurso
Norte-Fluminense de Sonetos, página 36)
Comentários