TROVAS
Sara Kanter (São Paulo-SP)
Tua
ausência “bate o ponto”
no
cartão de minha vida.
E,
dentro do peito eu conto
quanto
dói cada batida.
Na
galera da esperança
entre
barquinhos risonhos,
sou
marinheiro-criança
buscando
a ilha dos sonhos.
Na
solidão do meu peito
-
velho jardim sem amor –
a
saudade tem um jeito
de
renúncia que deu flor.
Na
voz triste da criança
que
nos implora: - “um trocado...”
o
amanhã sem esperança
de
um hoje desesperado.
Não
há saldos no balanço
do
que fui, sonhei ou quis,
mas,
nos débitos eu lanço
remorsos
do que não fiz...
(Anuário-Coletânea
de Trovas Brasileiras-1979, página 55)
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