FELIZ


        FELIZ

                Mário Barreto França

 

Feliz daquele que chegou ao meio

Do seu abençoado itinerário,

Sem mágoas, sem rancores, sem receio

Da dor ou do suplício de um calvário...

 

Feliz o que ajudou o esforço alheio,

Acendendo da fé o alampadário,

E teve a recompensa e o grato enleio

De festejar o seu cinquentenário...

 

Feliz quem pode envelhecer sorrindo,

Sob o pálio das bênçãos, sob o lindo

Docel das doces preces dos contritos...

 

Feliz és tu que, em pura consciência,

Podes descer a encosta da existência

Para o vale virente dos benditos!

 

(Do livro O LOUVOR DOS HUMILDES, página 38)

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