RECORDAÇÃO


       

Recebi, do amigo Antônio Monteiro, de São Paulo, correspondência com o seguinte bilhete:

“Filé, com a ajuda da excelente memória que Deus me deu, transcrevi para este papel, também escrito à máquina de escrever, estes lindos versos em forma de TROVAS, que você tão humildemente me enviou, por volta dos idos de 1968, ainda em Morpará (Ba), há 44 anos atrás. É para o amigo ver, olhar, apreciar, lembrar, relembrar e recordar os versos de sua própria autoria.” Abraços, Antônio Monteiro

 

Eis os versos:

 

        RECORDAÇÃO

 

                Filemon F. Martins

 

Relembro aqueles tempos de criança,

aquelas tardes que não voltam mais,

quando corria cheio de esperança

em busca dos meus sonhos e ideais.

 

Relembro aquela quadra venturosa,

os versos que escrevia no Sertão,

quando vivia em busca de uma rosa

que me amasse de todo o coração.

 

Hoje, recordo com saudade imensa

aqueles campos, flores naturais;

mas não tenho consolo ou recompensa,

pois esse tempo não me volta mais.

 

Relembro e em sonho vejo aquela serra (*)

que às vezes contemplava comovido,

admirando a beleza que se encerra

nos matagais do meu torrão querido.

 

Recordo o meu estudo de criança

e com saudades lembro os ideais,

e aqueles dias cheios de esperança

cheios de flores, sonhos irreais.

 

Por isso eu vivo a recordar os sonhos

e aqueles tempos de venturas tais,

tempos que para mim foram risonhos,

mas que na vida não desfruto mais.

 

(*) – SERRA DO CARRANCA

 

Nota do autor: eu tinha 18 anos quando escrevi este poema, que, graças ao amigo Antônio Monteiro, não se perdeu no tempo. Minha gratidão, amigo.   

 


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