A CAVALGADA
Raimundo Correia (1860/1911)
A
lua banha a solitária estrada...
Silêncio!...
Mas além, confuso e brando,
o
som longínquo vem se aproximando
do
galopar da estranha cavalgada.
São
fidalgos que voltam da caçada;
vêm
alegres, vêm rindo, vêm cantando;
e
as trompas a soar vão agitando
o
remanso da noite embalsamada...
E
o bosque estala, move-se, estremece...
Da
cavalgada o estrépito que aumenta
perde-se
após no centro da montanha...
E
o silêncio outra vez soturno desce...
e
límpida, sem mácula, alvacenta
a
lua a estrada solitária banha...
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