À MINHA MÃE
ALCY GIGLIOTTI
Passam depressa as coisas desta vida,
afogam-se da morte ao turbilhão.
Matéria vil, amores, coração,
tudo sucumbe na voraz perdida!
Mas uma delas, que brotou sentida,
não morre tão depressa assim, oh! Não!
Mesmo da morte à tétrica mansão
nos acompanha, triste e comovida...
E o ser que assim desperta amor eterno,
que nos mitiga as dores de um inverno
de sangue e lágrimas, doendo atroz,
é a nossa mãe, figura delicada,
ao próprio Deus às vezes irmanada,
no céu da vida sempre a olhar por nós!
(Anuário de Poetas do Brasil, 1º volume, página 34, org.
de Aparício Fernandes-RJ)
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