MAMÃE
ENO TEODORO WANKE
Mamãe, tua presença é
suavidade
e está sempre comigo,
na distância
na qual se transformou
a breve infância
levada pelo tempo sem
piedade.
Nas horas boas, quando
uma saudade
é docemente alegre, e
não traz ânsia,
oh, como és bela e
meiga, na fragrância
tristonha que o meu
coração invade!
Mas quando minha vida
se encapela,
abandonado em meio da
procela,
mamãe, bem que eu
desejaria, aflito,
ser novamente aquele
garotinho
ao qual bastava apenas
teu carinho
para o Sol, outra vez,
brilhar bonito.
(Anuário de Poetas do
Brasil, 1982, 1º volume, página 143, org. de Aparício Fernandes-RJ)
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