LÁGRIMAS E DOR

LÁGRIMAS E DOR...
Maria José Zanini Tauil

O céu,
já com nuvens negras
mergulha na noite. 
Com ela, vão chegando também
o cansaço 
e a nostalgia.
A chuva chega depressa e forte, 
encharcando o mundo. 
Parece que a natureza 
conspira contra mim
e a sua revolta
machuca a minha alma
provocando 
um pavoroso espasmo.

Na tempestade, 
afogo todas as lembranças tristes.
Um vento forte me arrasta.
Falta-me o ar,
a força,
o alento. 
Podem vir: tufão, 
nevasca,
furacão...
ou bonança.
Talvez eu nem note...
Estão turvos os meus olhos 
e meu coração. 
A neblina também turva
a minha mente, 
mas não consegue aplacar
a dor...

Cataclismos em convulsão.
O mar se acaba
no extremo abismo do meu íntimo.
São nefastas as amarguras.
A tormenta não para. 

Relâmpagos rasgam o céu
e esfacelam, por fim, 
o meu coração, já tão ferido. 
Sentimentos fragmentados
são espalhados por todos os cantos. 
Meus olhos,
solidários com a tempestade,
pranteiam...

As lágrimas rolam abundantes,
como riachos,
abrindo caminhos pelo meu rosto,
como uma bacia hidrográfica.

Um torpor me anestesia
da dor imensa.
Fecho os olhos 
e adormeço...

Quando acordar, certamente, 
a tempestade terá acabado.

Da janela,
poderei ver a claridade do amanhecer, 
a devastação causada pelos ventos
no meu jardim...
tantas flores despetaladas no chão...

Mas, que bom! 
No céu poderei contemplar o arco-íris! 
As tempestades não são eternas...
GRAÇAS A DEUS!


(www.prefacio.net)

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