DOIS CORAÇÕES (MÁRIO RIBEIRO MARTINS)

DOIS CORAÇÕES
Mário Ribeiro Martins

Quando nós, pelas curvas dos caminhos, 
andarmos lado a lado, bem velhinhos, 
não teremos sequer um só desejo.
 
Os nossos dias idos de paixões 
serão lembrados por dois corações 
que se esgotaram sempre no festejo.
 
E, com nossos cabelos já branquinhos, 
seguiremos, enfim, de tal maneira, 
que, terminando nossa bel carreira, 
veremos bem de perto nossos ninhos.
 
E muitos dirão: Estes dois velhinhos 
passaram docemente a vida inteira, 
plantaram sempre nela uma roseira 
que lhes deu flores e não deu espinhos. 


(www.usinadeletras.com.br)

Comentários