DOIS CORAÇÕES
Mário Ribeiro Martins
Quando nós, pelas curvas dos caminhos,
andarmos lado a lado, bem velhinhos,
não teremos sequer um só desejo.
andarmos lado a lado, bem velhinhos,
não teremos sequer um só desejo.
Os nossos dias idos de paixões
serão lembrados por dois corações
que se esgotaram sempre no festejo.
E, com nossos cabelos já branquinhos,
seguiremos, enfim, de tal maneira,
que, terminando nossa bel carreira,
veremos bem de perto nossos ninhos.
E muitos dirão: Estes dois velhinhos
passaram docemente a vida inteira,
plantaram sempre nela uma roseira
que lhes deu flores e não deu espinhos.
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