MEDO
DAS TREVAS
Mário
Ribeiro Martins
Nos
dolentes caminhos desta vida,
parei chorosamente pra pensar:
vi o passado - que grande ferida!
vi o presente - que tempo vulgar!
parei chorosamente pra pensar:
vi o passado - que grande ferida!
vi o presente - que tempo vulgar!
Com quase a minha fé desfalecida,
desvendei o futuro a me acenar:
contemplei minha nau quase perdida,
do encapelado mar se retirar.
Encosta, encosta, encosta foi meu brado.
Quando saiu meu grito desvairado,
a nau chegou ao cais lá no porvir.
Que tremenda visão eu tive agora!
Que sonho! Que beleza! Amável hora,
pois acordei morrendo de sorrir.
(www.usinadeletras.com.br)
Comentários