DESPEDIDA
Odir Milanez
Não nos resta mais nada a nos dizer.
O demais de nós dois seja mistério.
Se o feito foi desfeito, o que fazer
quando não coube a nós o desidério?
Nossos poucos espaços de prazer,
nossos muitos momentos de impropério,
mostraram sermos seres do não ser,
do infinito nos dando outro critério.
Seja sem voz a vida já vivida;
e os versos que versamos sobre nós,
sejam do tempo página perdida.
Mas quando a um verso meu cederes vida
ou quando em versos teus ouvir-te a voz,
não nos demos, de novo, à despedida...
(Transcrito
da AVABP)
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