SONETO (LUIS RUIZ CONTRERAS)

SONETO

LUIS RUIZ CONTRERAS (1863)

Não, não temas... Que a minha boca impura
nada dirá do que meu peito sente,
não, não receies que meu beijo ardente
possa manchar-te a virginal brancura!

Nem temas ver em torno da cintura
meu braço – como astuta e vil serpente –
nem que teus puros sonhos de inocente,
destrua, em seu cantar, minha loucura.

Ah! Meus olhos, no entanto, consumidos
ao fogo dos teus olhos, meu desejo
atiçam, loucos, num incêndio mudo,

tua imagem levando aos meus sentidos...
E eu te possuo com o olhar, te beijo!
E tu sorris, amor... e ignoras tudo!


(OS MAIS BELOS SONETOS QUE O AMOR INSPIROU, PÁGINA 95)

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