O Tempo
Mário
Quintana
A vida é o dever que
nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são
seis horas!
Quando se vê, já é
sexta-feira!
Quando se vê, já é
natal...
Quando se vê, já
terminou o ano...
Quando se vê perdemos
o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram
50 anos!
Agora é tarde demais
para ser reprovado...
Se me fosse dado um
dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em
frente e iria jogando pelo caminho
a casca dourada e
inútil das horas...
Seguraria o amor que
está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe
de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter
pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que
terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mario de Miranda Quintana (
ALEGRETE – 1906 – PORTO ALEGRE – RS - 1994)
(ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS
Nº 401, JOSÉ FELDMAN)
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