SUBLIME AMOR
Haroldo Lyra
Numa clínica, um
velho procurava
Rápido curativo à
mão doente.
Dizia-se apressado,
que era urgente,
Pois tinha um
compromisso e se atrasava.
O médico, atendendo
ao paciente,
Perguntou por que
tanto se apressava!
É que, num certo
Asilo, costumava
Tomar café co’a
esposa, já demente.
O médico ressalta:
“Por descaso,
Não reclamara ela
desse atraso?”
E ele: “Nem mais me
reconhece, até”.
“Então! É apenas um
capricho seu?”
“Oh, não! Ela não
sabe quem sou eu,
Mas eu sei muito bem
quem ela é”.
(ALMANAQUE CHUVA DE
VERSOS Nº 396, JOSÉ FELDMAN)
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