Um
Soneto de Lisboa/Portugal
Luis
de Camões
Alegres
campos, verdes arvoredos,
claras
e frescas águas de cristal,
que
em vós os debuxais ao natural,
discorrendo
da altura dos rochedos;
Silvestres
montes, ásperos penedos,
compostos
em concerto desigual,
sabei
que, sem licença de meu mal,
já
não podeis fazer meus olhos ledos.
E,
pois me já não vedes como vistes,
não
me alegrem verduras deleitosas,
nem
águas que correndo alegres vêm.
Semearei
em vós lembranças tristes,
regando-vos
com lágrimas saudosas,
e
nascerão saudades de meu bem.
(ALMANAQUE
CHUVA DE VERSOS Nº 428/JOSÉ FELDMAN)
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