NOME E RG
O
Departamento de Créditos e Cobranças da Folha era gerenciado pelo Sr. João Arci
Netto. Financeiramente a empresa crescia assombrosamente, comandada pelos
proprietários Sr. Carlos Caldeira Filho e também pelo empresário Sr. Otávio
Frias de Oliveira. O setor de cobranças funcionava num andar do prédio na Al.
Barão de Limeira, 425 e havia muita movimentação de pessoal, clientes e funcionários
de outros setores, de tal maneira que se tornou necessário o controle das
pessoas que entravam naquele local, já que era comum observar dinheiro e
cheques sobre a mesa junto com faturas, prestação de contas de cobradores, que
após conferência e baixa, eram depositados em banco. Assim, o gerente
determinou que um Office boy devidamente treinado ficaria na porta de entrada,
onde havia um guichê, com um livro - capa preta anotando algumas informações:
com quem o Sr. quer falar, seu nome e RG. Sem estas informações, o cidadão
simplesmente não entraria no salão. O rapaz, então, vestiu a camisa e
desempenhava sua função com brilhantismo. Passado algum tempo, um dos donos da
empresa, o Sr. Carlos Caldeira Filho resolveu visitar o Departamento e
conversar com o gerente. Ao chegar na entrada, lá estava o rapaz, (que não
tinha obrigação de conhecer o dono e muito menos facilitar sua entrada) a lhe
indagar com quem queria falar, nome e RG. Carlos Caldeira achou interessante o
sistema e amistosamente ficou conversando com o rapaz, que lhe explicava ter
recebido ordens do gerente e ali só entraria quem respondesse suas perguntas.
Enquanto isso, de sua sala estava o gerente se descabelando e preocupado com o
que poderia estar acontecendo entre o dono da empresa e o Office boy. Pensou em
se levantar e ir até lá, mas a esta altura o Sr. Caldeira já entrava em sua
sala tecendo elogios ao sistema e ao desempenho exemplar do Office boy. Mais
tarde o rapaz explicou ter informado ao visitante que, sem aquelas informações,
ele não entraria no Departamento de Cobrança, momento em que tomou conhecimento
que se tratava de um dos donos da Empresa Folha da Manhã S/A. Ainda não havia
tecnologia, mas ao contrário do Departamento de Cobranças do INSS, funcionava e
muito bem.
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