OS GARIMPEIROS



CLÁSSICOS DA LITERATURA:
OS GARIMPEIROS
Ciro Costa

Sondando rios, itaipavas, serras, grotas,
o lamarão da vaza, os cômoros de areia,
os garimpeiros vão, de almocrafe e bateia,
desvirginando a terra, as solidões remotas...

Nuvens errantes no alto evocam aéreas frotas...
Repousa, agora, o acampamento. A lua é cheia.
Ronda o feitor feroz, sob a luz da candeia...
Ouve-se-lhe o tinir metálico das botas...

Surge o sol. Recomeça a faina ingrata e obscura.
(Os casquilhos reinóis são hostis à clemência)
Lisboa é, para a corte, uma Alhambra futura!

Mas a avidez del-Rei foi tão grande e tamanha,
que se ouviu afinal, de montanha a montanha,
no idealismo da Raça, a Voz da Inconfidência!



Comentários