AS
APARÊNCIAS ENGANAM (DIZ O DITO POPULAR)
Num
tempo já bem distante, a população de algumas cidades do interior da Bahia não
se bicavam por razões históricas e no caso de IPUPIARA e BROTAS DE MACAÚBAS não
era diferente. Talvez resquícios das lutas entre os coronéis HORÁCIO DE MATOS e
MILITÃO RODRIGUES COELHO.
Pois
bem, certa feita o comerciante Sr. Vicente da Silva chegou a Brotas de
Macaúbas, com seu caminhão carregado de querosene, marca JACARÉ e perguntou a
um cidadão brotense como faria para chegar até Ipupiara, já que tinha interesse
em visitar seu amigo João dos Santos residente naquela cidade. O cidadão com
presteza ensinou a estrada que deveria seguir, mas fez o seguinte comentário: -
se você for fazer negócio por lá, vai perder tempo e dinheiro, porque em
Ipupiara ninguém compra nada, é uma cidadezinha ruim de negócios. O Sr.
Vicente, em seu velho caminhão Ford Azul*, seguiu viagem com destino à
Ipupiara, estrada de barro, esburacada, mas com paciência, pensava ele, havia
de chegar lá. E chegou. Estacionou seu caminhão na Praça do Mercado Municipal.
É preciso lembrar que naquela época, o querosene era fundamental na
subsistência da população, porque não havia energia elétrica. A iluminação das
casas era feita com candeeiros. Daí a importância do querosene. Enquanto
observava a cidade e sua gente, aproximou-se um cidadão e ele aproveitou para
se informar sobre a rua em que morava seu amigo João dos Santos. O cidadão
desconhecido, de trajes simples e simpático lhe ensinou o caminho, mas
perguntou e esse querosene vai vender? – Vou, sim, respondeu o Sr. Vicente. -
Eu compro, quanto custa? E já foi tentando acertar o negócio. O Sr. Vicente,
cauteloso, pensando no que havia escutado antes lá em Brotas, disse: - eu
preciso primeiro avistar-me com meu amigo, depois a gente negocia e qual é o
seu nome? - Ah,
meu
nome é Licínio Pereira. É só falar comigo. O Sr. Vicente, então, tratou de
seguir seu rumo à procura da residência do amigo. Cidade pequena, não tardou em
encontrá-lo. Já na casa do amigo João dos Santos, o comerciante começou a
contar sua aventura desde o momento em que entrou na cidade de Brotas até
chegar à Ipupiara, fazendo referência ao diálogo insólito que teve com o
cidadão na Praça do Mercado. E perguntou ao amigo, - será que ele tem dinheiro
para comprar minha mercadoria? – O amigo, então, perguntou qual o nome dele? –
Ele disse se chamar Licínio Pereira e que todos aqui o conhece. O João virou-se
para ele e disse: - Bote preço na mercadoria e no caminhão, que o meu amigo
Licínio pode pagar. Moral da história: “As
aparências enganam”.
·
Essa
informação foi confirmada pelo primo e amigo Francisco Martins dos Santos
(Chico de Godinha).
Comentários