(Imagem da Internet)


O POETA
Filemon Martins

Ele é o intérprete do povo. Amante do alvorecer, do pôr do sol, da canção da brisa, do cantar dos pássaros e do murmúrio das cascatas. Paladino do amor e da verdade. Um sonhador, como dizem alguns.
Escreve porque tem necessidade. Não pode parar de escrever, e se o fizesse, certamente morreria. Faz parte da alma do povo. Vive e sofre com o povo. Canta as alegrias e tristezas do seu povo, seus sentimentos, suas esperanças, suas angústias, emoções, sonhos e desventuras, chorando com os que choram e sorrindo com os mais felizes e venturosos na esperança de um mundo melhor, mais justo, mais feliz e mais humano. 
Ninguém melhor que ele para sentir o desespero da humanidade, que sofre o peso da injustiça, do desprezo e da exploração dos simples e desvalidos. Não emudece ante as ameaças dos que, levados pela obsessão do poder, pela inveja e pelo egoísmo fazem calar à força os que denunciam a opressão, a corrupção e o erro.
A poesia é sua companheira e confidente, através dela consegue ver em rostos alegres, corações que derramam lágrimas de saudade e mágoa. Saudade de tudo: O que passou, o que não vem, o que há de vir. Mágoa, por um sonho desfeito diante da realidade adversa. 
O poeta nasce, disse alguém, mas não morre. Porque seu verso é eterno. Assim, talvez o mundo fosse mais alegre e solidário, se houvesse mais tempo para a poesia.
Porque quando tudo parece estar perdido, quando a descrença invade nossos corações, ele, uma vez mais, vê surgir em meio às trevas do medo, do esquecimento e do abandono, um raio de luz e de esperança, como se fora um farol a guiar um viajor perdido na amplidão do mar. 
Que nunca te cales, poeta, e que continues a despertar corações insensíveis e consciências cauterizadas, “ porque se te calares, as pedras clamarão.” ( S. Lucas 19:40). 

Comentários