(Imagem da internet)
Há certas ocasiões em que a população exerce um poder salutar sobre as decisões administrativas, políticas e até na construção de obras que beneficiam a coletividade. Um exemplo marcante foi quando o então governador Mário Covas, de São Paulo, projetou e resolveu construir na zona leste de São Paulo, na Avenida Águia de Haia, um grande presídio. Para muitos seria a melhor solução, porque o Carandiru, na época, seria desativado e provavelmente boa parte da população carcerária seria transferida para a nova penitenciária. Parece que os políticos não estavam nem aí para os problemas que os moradores da região enfrentariam, caso a construção da penitenciária se efetivasse.
A população, tomando conhecimento do fato, se reuniu e começaram as manifestações, no início tímidas, contra a obra que não traria benefícios para ninguém e viria tirar o sossego dos habitantes daquela região estritamente residencial, além de depreciar e colocar em risco os moradores do bairro. O terreno grande e amplo foi tomado por placas, máquinas, tratores, guindastes, materiais e inúmeros trabalhadores da empresa contratada: engenheiros, pedreiros, carpinteiros, serventes, ferreiros e mestres de obra. Tudo indicava que ali seria erguido mais um presídio.
EFEITOS DA
PRESSÃO POPULAR
Filemon Martins
Há certas ocasiões em que a população exerce um poder salutar sobre as decisões administrativas, políticas e até na construção de obras que beneficiam a coletividade. Um exemplo marcante foi quando o então governador Mário Covas, de São Paulo, projetou e resolveu construir na zona leste de São Paulo, na Avenida Águia de Haia, um grande presídio. Para muitos seria a melhor solução, porque o Carandiru, na época, seria desativado e provavelmente boa parte da população carcerária seria transferida para a nova penitenciária. Parece que os políticos não estavam nem aí para os problemas que os moradores da região enfrentariam, caso a construção da penitenciária se efetivasse.
A população, tomando conhecimento do fato, se reuniu e começaram as manifestações, no início tímidas, contra a obra que não traria benefícios para ninguém e viria tirar o sossego dos habitantes daquela região estritamente residencial, além de depreciar e colocar em risco os moradores do bairro. O terreno grande e amplo foi tomado por placas, máquinas, tratores, guindastes, materiais e inúmeros trabalhadores da empresa contratada: engenheiros, pedreiros, carpinteiros, serventes, ferreiros e mestres de obra. Tudo indicava que ali seria erguido mais um presídio.
Os moradores,
porém, não se entregaram. Todos os dias, aos poucos, chegavam e se aglomeravam
próximo ao local e começavam as manifestações com vaias, discursos e protestos.
Com o passar do tempo, a pressão foi aumentando, de tal forma que quando os
pedreiros colocavam 10, 20 tijolos, os moradores retiravam 5, 10, 20, atiravam
ovos e vaiavam, afugentando os trabalhadores do local. Nos dias subsequentes a
mesma rotina. Por fim, a adesão à manifestação ganhou força e a imprensa
descobriu o protesto e quis saber dos moradores o que estava acontecendo e o
que eles queriam. Resultado: os moradores do bairro queriam uma Faculdade ao
invés de um estabelecimento penitenciário.
Vitoriosa, a
população aplaudiu o bom senso do governo do Estado, que voltou atrás e com a
posse do novo governador Geraldo Alckmin, mudou-se o projeto e iniciou-se a
construção da Faculdade de Tecnologia (FATEC) já em funcionamento e propagando
a luz do Saber, dando mais esperança aos jovens da zona leste de São Paulo.
Valeu a pressão
popular, além de ter sido uma ótima lição para os políticos da cidade de São
Paulo. Observa-se que em certos momentos da vida nacional, a pressão do
cidadão, exigindo que sejam cumpridos os compromissos assumidos com a
comunidade, com as Sociedades Amigos de Bairro, são resolvidos a contento. Em
outros casos, porém, a solução é mais demorada e só vem através do voto. É
através do voto que conseguimos derrotar os que insistem em explorar o povo,
embora tenham prometido em suas campanhas ficarem ao lado do trabalhador
brasileiro. Vamos derrotar, pelo voto da população, os políticos trapaceiros,
insensíveis, cínicos, corruptos, fraudulentos e caras-de-pau que infestam os
partidos, os gabinetes, os palácios, distribuindo favores a banqueiros,
capitalistas e empresários, como se fossem donos do dinheiro público, em troca
de polpudas somas de dinheiro que os enriquecem ilicitamente.
Chega de
embromações. É preciso resgatar o que ainda resta da esperança do povo, antes
que seja tarde demais. Os Partidos políticos precisam repensar urgentemente sua
filosofia de administração, porque o que se ouviu e viu até agora, foi um
festival de incompetência, nepotismo e corrupção, já conhecidos e rejeitados
pelos brasileiros. Como diz o ditado popular: ¨Água mole em pedra dura, tanto
bate até que fura ¨.
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