(Imagem da Internet)
HISTÓRIA DE DOIS
AMIGOS
Filemon Martins/Pedro
Casimiro
Quando cheguei em São
Paulo, com 18/19 anos meu primeiro emprego foi numa loja de confecções (vendia
roupas femininas e masculinas) na Rua Oriente, no bairro do Brás. Um ano depois
fui trabalhar na Empresa Folha da Manhã S/A na Alameda Barão de Limeira, Campos
Elíseos. Trabalhava no Departamento de Créditos e Cobranças, gerenciado por
João Arci Netto. Tempos depois, um cidadão de nome Pedro Casimiro, que era
funcionário do antigo Terminal Rodoviário, na Praça Júlio Prestes, foi
transferido para a Folha. É que este Terminal foi desativado quando da
construção do Terminal Rodoviário Tietê. E o Pedro, então, foi lotado no mesmo
Departamento em que eu trabalhava.
Ficamos amigos. Quando
o horário de almoço permitia almoçávamos juntos. A empresa jornalística
mantinha um restaurante no prédio. Dinheiro curto, como todo trabalhador, quase
sempre almoçávamos no mesmo restaurante. Era o famoso bandejão. Determinado
dia, fomos informados que haveria dedetização no local e o restaurante não
funcionaria por três dias consecutivos. Eu e o Pedro tínhamos que almoçar em
outro local. Saímos e seguimos pela Al. Barão de Limeira até chegarmos na Praça
Júlio Mesquita. Nessa praça, meu amigo Pedro avistou um restaurante, acho que era
O REI DO CONTRA FILÉ. Havia uma portinhola como aquelas de filmes de Bang Bang.
Entramos e vimos muitas mesas com toalhas brancas, bem limpo, mas com poucos
clientes. Escolhemos uma mesa e ali nos sentamos. Sem demora chegou o garçom e
nos entregou o cardápio. E ficou em pé aguardando o pedido. Abri o cardápio e o
Pedro fez o mesmo. Fiquei folheando-o sem nada escolher. Os preços eram inacessíveis
para mim. E para o Pedro também. Confabulamos e não havia outro jeito senão
explicar ao garçom e nos mandar dali. Educadamente explicamos ao garçom e nos
levantamos sem fazer o pedido. Fomos andando em direção à porta de saída. Eu e
ele. E enquanto andávamos, Pedro me confessava baixinho: ¨nunca vi corredor tão
cumprido¨.
Comentários
Antes do bandejão as vezes almoçava no Siqueira na própria Barão de Limeira.
Histórias de lembranças fantásticas e inesquecíveis não é meu amigo Filemon. Aprecio contos assim. Me faz recordar das andanças com Mario Ribeiro Martins, que como você, sempre tinha boas histórias para contar!