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MOISÉS ARCANJO FILHO, UM AMIGO DAS LETRAS
Filemon Martins
Nascido em Jordão de Brotas de Macaúbas, hoje
cidade de Ipupiara, Bahia, em 25 de abril de 1929, filho de MOISÉS ARCANJO
RIBEIRO e de UMBELINA MARTINS SODRÉ, Moisés Arcanjo Filho, conhecido também
como Moisés de Bela passou a
residir, após a morte de seu pai, no povoado de Olho d’água, com sua avó, Dona
ALTINA FRANCISCA DE OLIVEIRA.
Nesse povoado, passou a infância, adolescência e
juventude. Para frequentar escolas, o menino Moisés andava a pé para a antiga
Vila de Jordão, num percurso de 04 (quatro) km. Estudou, inicialmente, com o
professor Sr. JOSÉ MARTINS DE SOUZA e a professora JOSELITA SOBRAL OLIVEIRA,
que fora designada pelo Estado para lecionar naquela localidade, onde o jovem
Moisés Arcanjo Filho concluiu o curso primário.
Casado com Dona Nívea Leite Arcanjo, filha do Sr.
Antonio de Venço, com quem tem quatro filhos, Iara, Aécio, Leila e Hélder.
Na vida prosaica, Moisés Arcanjo Filho foi
lavrador, sua primeira profissão. Morando com sua mãe, Dona Bela, tornou-se
alfaiate, ofício que exerceu com dignidade e que o ajudou a sustentar sua
família. Posteriormente, tornou-se professor particular do curso primário,
lecionando em Olho d’água, para alunos como, Renilde Martins Sodré (hoje casada
com o Sr. Francisco Nunes da Silva, residente em São Paulo) e Argileu Martins
Sodré, comerciante em Ipupiara, filhos do Sr. José Sodré Martins, conhecido
como “Seu” Zequinha, que mais tarde se tornaria um próspero comerciante na
cidade de Ipupiara.
Na gestão do primeiro Prefeito de Ipupiara, José
Antonio dos Santos, (Dedé) de 1959 a 1962, foi nomeado professor municipal,
tendo dado aulas na Igreja São Vicente de Paula, na Praça Santos Dumont.
Paralelamente a estas atividades, em sua
juventude, dedicou-se à música e se tornou sanfoneiro, atuando em bailes de
casamentos e em festas religiosas que aconteciam na cidade.
Com a criação do Ginásio São João Batista, em
1972, na cidade de Ipupiara, fez exame de admissão e passou a estudar, mas por
motivos vários não continuou. Em 1993 matriculou-se no Colégio Estadual Castro
Alves e voltou a estudar, tendo concluído o Magistério com Formação Geral em 03
(três anos).
Como funcionário, prestou serviços à Justiça
Militar, trabalhando na área de Identificação e Alistamento Militar de jovens
na idade de 18 anos.
Conhecedor da história de Ipupiara e dos seus
filhos ilustres, além de conhecer também a história de cidades vizinhas, Moisés
Arcanjo Filho presta informações preciosas a todos que o procuram em busca de
fatos, dados ou datas. Amante do saber e da leitura soube driblar os obstáculos
de sua infância e juventude, com exemplar persistência. Leu e continua sua
busca pelo saber, colecionando vários livros, alguns comprados por ele mesmo e
outros, recebidos dos próprios autores, numa demonstração de apreço e simpatia
pelo amigo das letras.
Não por acaso foi citado no livro “MILAGRE NA CHAPADA – ROMANCEIRO DA
CHAPADA DIAMANTINA” de CARLOS ARAÚJO
– 2005.
No
dia 02 de março de 2015 quando o visitei em sua residência, ele me ofertou uma
encadernação com o título ¨O MAJESTOSO FLAMBOYANT¨ poema que ele escreveu em
2013 e do qual extraímos algumas estrofes: ¨Na praça Santos Dumont/ um
Flamboyant foi plantado, / por mãos carinhosas e meigas/ aquele Flamboyant foi
cuidado,/ cresceu muito e floresceu/ e foi por todos admirado. Salve, ó árvore
sagrada/ presente do Criador,/ que a todo planeta Terra/ com todo cuidado
enfeitou,/ que presente tão valioso/ das mãos de Nosso Senhor!/ Ó Flamboyant
saudoso/ quantas vezes tão florido/ onde as aves iam cantar./ Hoje totalmente
destruído/ sobrou um monte de pedaços/ daquele Flamboyant querido.¨
De
Moisés Arcanjo Filho, pode-se dizer que é um homem de fé, porque soube vencer
todas as dificuldades, com sabedoria e abnegação em busca do Saber e do
Conhecimento, avançando sempre em busca dos seus sonhos. Não satisfeito, fez
curso de Auxiliar de Enfermagem e como voluntário, prestou serviços ao Hospital
Municipal Guilhermino Pereira Machado, em Ipupiara, Bahia.
Um brasileiro exemplar, um pai zeloso e abnegado,
um cidadão cuja honestidade e ética são orgulho da família e todos que o
conhecem, o admiram e o respeitam. Quando estive em Ipupiara agora em
janeiro/2020 senti vontade de vê-lo, mas sua residência estava sempre de portas
cerradas. Não quis importuná-lo. Focalizado em meu livro ¨FAGULHAS¨ páginas
93/95.
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