DIÓGENES E A CÂMARA DE DEPUTADOS


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DIÓGENES E A CÂMARA DE DEPUTADOS
Filemon Martins


Conta-se que DIÓGENES DE SÍNOPE, o cínico, filósofo grego, costumava perambular pelas ruas de sua cidade à luz do dia, com uma lanterna acesa procurando encontrar homens verdadeiros ou seja, homens éticos, virtuosos e de palavra. Não se sabe se DIÓGENES os encontrou.
Assim, nestes últimos tempos, tenho andado de lupa, luneta e lanterna para observar e ver “in-loco” as mudanças ocorridas no Brasil apregoadas pelos atuais governantes do escalão federal e pelos governadores no âmbito estadual.
De fato, a propaganda na tela da televisão faz tudo acontecer de forma espetacular, tudo funciona com a precisão de um relógio, especialmente na esfera municipal e estadual. Quem não sabe disto? As cenas mostradas, em geral, são coloridas e bem chamativas para atrair e convencer eventuais eleitores incautos. O publicitário, sim, este é competente e sabe como fazer seu trabalho.
Na prática, porém, o que o governo faz é diferente. O dinheiro público é disputado entre empresários e o Congresso Nacional que se associam em conchavos e trapaças, para aprovar projetos indecentes com o objetivo claro e único de retirar direitos dos trabalhadores, como se o dinheiro do povo fosse um pedaço de carne atirado aos cães famintos. Aliás, o que se gasta em propaganda, embora regulado por lei, é um absurdo.
DIÓGENES, O FILÓSOFO GREGO, se fosse vivo e visitasse hoje nossa Câmara de Deputados, com certeza teria que usar lanternas bem mais potentes para encontrar, naquela casa, o que ele tanto procurava: homens honestos e éticos.
Infelizmente, falar em honra e dignidade entre políticos e administradores brasileiros, quando interesses e projetos pessoais estão acima de tudo, é mesmo uma utopia. Foi uma utopia ter imaginado que o Brasil poderia mudar, com novos ares na Presidência. Utopia maior ainda é continuar imaginando que o Brasil está no rumo certo, se a Câmara de Deputados é incapaz de discernir entre o interesse pessoal e o coletivo. Projetos e Reforma da Previdência que subtraíram direitos de servidores e trabalhadores brasileiros, foram regados a propinas, distribuição de cargos no 2º escalão.
Parece que a ética dos partidos políticos é apenas por fora, na casca, para enganar os brasileiros; por dentro estão apodrecidos, infectos e obcecados pelo poder econômico. Só assim se explicam os escândalos que são descobertos e apresentados pela televisão e publicados pelos jornais quase todos os dias, mesmo com o Brasil enfrentando uma terrível pandemia, que escancarou a falta de investimentos na saúde e na educação.
“A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída para qualquer parte (...) A gente não quer só comida A gente quer a vida como a vida quer” COMIDA – Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto
Embora tenha sido lançada em 1987, a música acima retrata alguns problemas sociais que afetam o Brasil 33 anos depois.
No entanto, as acusações de compras superfaturadas pelos governadores e prefeitos são noticiadas dia após dia. Há muitas investigações em andamento, não sabemos ainda qual será o desfecho. Cremos que uma das soluções seria uma Justiça mais ágil e eficiente, sem demora na apuração dos fatos e dos envolvidos em falcatruas, com a verdade sem meias palavras e, em seguida a condenação e a devolução dos valores subtraídos.
Por outro lado, que a impunidade seja banida do Judiciário Brasileiro e quando alguma autoridade, quer seja Juiz, Desembargador ou Ministro tentar engavetar processos para beneficiar este ou aquele figurão, que seja ele também responsabilizado criminalmente por se tornar cúmplice do criminoso. A Operação Lava Jato quase chega lá, mas foi impedida pelos poderosos de sempre, que o Brasil inteiro conhece e é capaz de nominar todos eles.



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