(Foto atual)
EFICIÊNCIA (NOME E RG)
Filemon Martins
Na época o Departamento de
Créditos e Cobranças da Folha de S. Paulo era gerenciado pelo Sr. João Arci
Netto, formado em Química. Financeiramente a empresa crescia assombrosamente,
comandada pelos proprietários Sr. Carlos Caldeira Filho e também pelo empresário
Sr. Otávio Frias de Oliveira. O setor de cobranças funcionava num andar do
prédio na Al. Barão de Limeira, 425 e havia muita movimentação de pessoal,
clientes e funcionários de outros setores, de tal maneira que se tornou
necessário o controle das pessoas que entravam e saiam daquele local, já que
era comum observar dinheiro e cheques sobre as mesas de trabalho, junto com
faturas, prestação de contas de cobradores, que após conferência e baixa, eram
depositados em banco. Assim, o gerente determinou que um Office boy (hoje se
diz Aprendiz) de nome José Roberto Procópio, devidamente treinado ficaria na
porta de entrada, onde havia um guichê, com um livro - capa preta, numerado,
anotando algumas informações, tais como: -
com quem o Sr. quer falar, seu nome e RG. Sem essas informações, o
cidadão simplesmente não entraria no salão. O rapaz, então, vestiu a camisa e
desempenhava sua função com brilhantismo. Passado algum tempo, um dos donos da
empresa, o Sr. Carlos Caldeira Filho resolveu visitar o Departamento e
conversar com o gerente. Ao chegar à entrada, lá estava o rapaz, (que não tinha
obrigação de conhecer o dono e muito menos facilitar sua entrada) a lhe indagar
com quem queria falar, nome e RG. Carlos Caldeira achou interessante o sistema
e amistosamente ficou conversando com o rapaz, que lhe explicava ter recebido
ordens do gerente e ali só entraria quem respondesse suas perguntas. Enquanto
isso, de sua sala o gerente se descabelava preocupado com o que poderia estar
acontecendo entre o dono da empresa e o Office boy. Pensou em se levantar e ir
até lá, mas a essa altura o Sr. Caldeira já entrava em sua sala tecendo elogios
ao sistema e ao desempenho exemplar do Office boy. Mais tarde o rapaz explicou
ter informado ao visitante que, sem aquelas informações, ele não entraria no
Departamento de Cobrança, momento em que tomou conhecimento de que se tratava
de um dos donos da Empresa Folha da Manhã S/A. Ainda não havia tecnologia,
(1970) mas ao contrário do Departamento de Cobranças do INSS, abarrotado de Procuradores,
funcionava e muito bem. Aquele Office boy cresceu na empresa e se tornou, mais
tarde, chefe do setor de cobranças de publicidade, e depois Supervisor
Financeiro, chefiando os setores de Contas a Receber, Faturamento, Crédito e
Cadastro. José Roberto Procópio casou-se com Rita Procópio, com quem teve três
filhos: Fernando, André e Renata. Tendo se aposentado em 2005, permaneceu e
trabalhou no Grupo Folhas até 2007. Agora curte a vida de aposentado depois de
ter ralado mais de 35 anos que, no dizer equivocado de Fernando Henrique Cardoso,
vida de ¨vagabundo¨.
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