NÃO SEJA UM ¨CHATO¨


                                                           (IMAGEM DA INTERNET)


NÃO SEJA UM “CHATO”
Filemon Martins

Que coisa mais chata é você ter um “chato” por perto. Pior, eles estão em toda parte. Em casa, no ambiente de trabalho, na condução, na rua, no ponto de ônibus, nas reuniões da empresa ou reuniões familiares.
“Chato” aqui é aquela pessoa que reclama demais. Reclama de tudo. Segundo a Doutora Priscila Gasparini Fernandes, psicóloga clínica e psicanalista, em entrevista à revista PONTO DE ENCONTRO, “algumas pessoas se acomodam em uma situação ruim, reclamam o tempo todo, mas não têm atitudes para mudar e passam a ver a vida por um prisma negativo, tornando-se mais críticas e à procura de culpados”.
É muito comum, especialmente, pelas redes sociais as pessoas reclamarem da chuva, do calor, do frio, das árvores que deixam cair suas folhas, do trânsito caótico, enfim não faltam motivos para reclamações.
Ainda segundo a Doutora Priscila, “o resultado disso é que elas acabam se anulando para agradar aos outros, comparando suas vidas com a dos demais, chamando inconscientemente a atenção das pessoas como se fossem “coitadinhas”, e no final, podem acabar vendo tudo dando errado mesmo, ao ponto de gerarem um quadro depressivo do qual precisam lidar com a frustração o tempo todo”.
Não é agradável ficar ouvindo reclamações o tempo todo, por mais paciência que se tenha. Na opinião do psicólogo João Alexandre Borba, também em entrevista à revista PONTO DE ENCONTRO, o nível e a quantidade de reclamações feitas por uma pessoa servem somente para revelar o quão pessimista e amarga ela pode ser. “Elas são do tipo que veem o copo meio vazio e não meio cheio, e costumam perceber sempre o que está faltando e não o que já foi feito. Esse comportamento faz com que, no decorrer do tempo, as pessoas a sua volta comecem a se afastar. Afinal, ninguém consegue permanecer perto de alguém cheio de razão e que está sempre insatisfeita”, afirma.
De fato, existem “chatos” de todos os tipos:
Desagradável – aparece sempre fazendo comentários antipáticos e sem noção. Inconveniente – aborda questões de saúde, assuntos particulares. Arrogante -  aposta que só ele sabe de tudo. Tudo o que ele tem ou faz, é melhor que o dos outros. Agressivo – chega a ofender com suas “brincadeiras” de mau gosto, emitindo opiniões desastradas sobre tudo o que os colegas fazem. Dono da verdade – elege um tema no qual se julga um mestre, torna-se um juiz, um julgador infalível.  Repetitivo – aonde quer que ela vá, diz: o meu médico, o meu dentista, o meu personal trainer (instrutor pessoal), que é sempre o melhor e essa ladainha você ouve todos os dias.
Mas há outros que eu considero uns chatos e acrescento aqui: aqueles que atropelam as pessoas nas ruas, porque não desgrudam dos celulares, smartphones e tablets, como se eles fossem donos das ruas e podem até morrer, sem esses aparelhinhos.   
Há também um tipo novo: aqueles que, diante de tantas evidências de má administração do dinheiro público, falcatruas e desvios já comprovados, inclusive alguns já condenados pelo Supremo Tribunal Federal, ainda acreditam piamente nos políticos, que engordaram suas contas bancárias à custa do dinheiro público.
Mas, segundo a Doutora Priscila, nem tudo está perdido: “Por pior que seja a situação, sempre haverá uma maneira de lidar com ela, com clareza e responsabilidade, delimitando até onde o problema é nosso ou não, para não corrermos o risco de querer resolver também os dilemas dos outros, mas apenas orientá-los”.



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