O TRONCO


                                                              (FOTO DA INTERNET)


O TRONCO
Mário Barreto França

Foi árvore frondosa e copada, deu fruto...
Em seus galhos pousava a passarada, em bando;
À sua sombra fresca, em bom terreno enxuto,
Repousava feliz o que fosse passando.

Mas hoje é um tronco seco, e triste, e miserando,
E frio como a ausência, e negro como o luto;
Era lágrimas de pó, vive sempre chorando;
De saudade e de dor seus lamentos escuto...

Nele não se vê mais o balouçar dos ninhos
Nem mais o repousar dos que pelos caminhos
Passavam a buscar glória, felicidade...

Como esse tronco... Em mim as ilusões cantaram,
Mas ao correr do tempo, aos poucos, me deixaram
Na aridez sepulcral dessa eterna saudade.

(DO LIVRO DE JOELHOS)

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