QUEM FOI c. a. BEIRAL?
Filemon Martins
c. a.
BEIRAL é o nome literário de CUSTÓDIO DE AZEVEDO BEIRAL, (1915-1999), nascido a
28.01.1915, Rio de Janeiro. Não constam em seus livros informações sobre sua
infância, adolescência e juventude, mas sua obra é extensa e de qualidade.
Advogado
(OAB-MG), Agente da Polícia Federal, Poeta, Trovador atuante e Delegado da
União Brasileira de Trovadores (UBT) em Piúma, Espírito Santo. Foi casado com a
Drª. Manoela Gonçalves Pires Beiral (2ªs núpcias), tendo do primeiro casamento
com a senhora Aracy Fernandes Beiral (falecida), os filhos Cecy e Pery, netos e
bisnetos. Espírita convicto e militante. Escreveu e publicou vários livros,
entre outros: “ALMA DO EVANGELHO”, 1964 (poesias e crônicas), “SOL E FLOR”,
1978 (poesias), “CANTIGAS DE QUATRO VERSOS”, 1982 (trovas), “CANTIGAS QUE OUVI
DA VIDA”, 1983 (poesias), “AMOR PELOS SETE LADOS”, 1984 (trovas), “O SONHO QUE
SONHEI”, 1984 (trovas), “CANTIGAS DE VIDA”, 1985 (Evangelho em trovas, poemas e
sonetos), “CANTIGAS DO TEMA MAIOR”, 1990, “PENÚLTIMAS CANTIGAS”, 1992 (poemas,
trovas e sonetos) e “UMA LUZ NA NOITE”, 1993, (sonetos, poemas e trovas).
Não
costumava vender seus livros, conforme diz em seu livro “UMA LUZ NA NOITE”:
“Não vendo livros. Este é o 12º título, e direitos autorais pertencem ao Grupo
Espírita Auta de Souza, Piúma, ES”. Participou de inúmeras coletâneas, entre
outras: “EPOPÉIA DE PIONEIROS” (Edmar Campelo, 1975), “POETAS DO BRASIL”
(Aparício Fernandes, 1975), “ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL” (Aparício Fernandes,
1978), “SEGREDOS DO BOM TROVAR”, (1989), “TROVAS DE MINHA QUERÊNCIA”, (1983),
“SAUDADES EM TROVAS”, (1983).
Associado e
colaborador do “POSTAL CLUBE” (organizado e dirigido por Araci Barreto da
Costa, Rio de Janeiro) tem participado de todas as Antologias editadas pelo
Postal Clube, inclusive após seu desaparecimento, graças ao esforço e ao
carinho de sua esposa, Drª Manoela.
Sonetista
dos bons, c. a. Beiral escreveu belíssimos sonetos, como este com o título
AMIZADE: “A paixão é vulgar, se
encontra à toa, / o amor é de cultivo muito raro. / Aquela é tempestade que
esboroa. / Este devolve em mel o gosto amaro... De todas emoções, só não
destoa, / por ser de fato sentimento caro, / a amizade eu exalto por ser boa, /
por ser prestante sem pedir amparo! Regenera a paixão, já que a perdoa, /
completa o amor, porque quando se doa, / ela o sublima na fraternidade/
Que parte o pão, as lágrimas e o riso, / e transige nas vezes que é preciso, /
pois sabe o preço da felicidade!...”
Trovador
atuante e embasado na doutrina espírita escreveu trovas belíssimas, espalhando
a luz de uma alma altamente iluminada, com lições do amor e do bem: “Quem ajuda sem dar conta, / e faz o bem “por
fazer”, / certamente que desconta, / velha conta sem saber. Esparramam tanto
incenso, / sobre a burrice enfeitada, / que muitas vezes eu penso, / ser melhor
não saber nada... Há mentiras defendidas/ até mesmo por vaidade, / e verdades
são punidas/ por provarem ser verdade. A
glória é vã, se a vaidade/ disfarça o móvel da glória, / porque o manto da
humildade/ honra os ombros da vitória!”
Cidadão honorário de Juiz de
Fora e de Governador Valadares (MG), c. a. Beiral foi presidente da Academia
Valadarense de Letras de Governador Valadares e Chefe de Gabinete da
Administração Raimundo Monteiro de Rezende, daquela cidade mineira.
Figura no
Dicionário de Poetas Contemporâneos – 2ª edição, 1991 (Oficina Letras e Artes –
Rio de Janeiro/RJ). É verbete da ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de
Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, MEC, 1990, edição revista e atualizada
por Graça Coutinho e Rita Moutinho Botelho, em 2001.
Obs.: Focalizado em meu livro FAGULHAS, páginas 32/33, 1ª edição
– 2013, São Paulo.
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