UM NAMORO ANTIGO QUE NÃO DEU CERTO


                                                            (FOTO DA INTERNET)


UM NAMORO ANTIGO QUE NÃO DEU CERTO
Filemon Martins

Contou-me um amigo a história que vou narrar com minhas palavras, mas o fato é verídico. Jovem ainda ele começou o namorico com uma jovem bonita, pertencente a uma Igreja Evangélica, cujos ensinamentos não permitiam que a família possuísse sequer uma televisão. O namoro, segundo ele, era na casa dos pais da moça e ele gostava de ver televisão, especialmente jornais ou uma partida de futebol, daí ter procurado saber porque a igreja não permitia o uso da televisão que, na época, era novidade. Ela prontamente começou esclarecendo: - ¨para nós a televisão representa uma tentação e não desejamos cair em tentação¨. Ele ficou pensando e argumentou: - ¨nesse caso teremos que fugir do mundo, porque o mundo já é uma tentação, além do mais com um aparelhinho na mão, chamado controle remoto, você pode mudar de canal e ver o que quiser. Você é maior que a televisão, senhora de si e não o contrário¨. Mas não adiantava, ela e a família estavam irredutíveis.
Apesar de estranho, o namoro continuava, até que um dia no fim de semana à noite, eles namoravam em casa e na hora em que ele deveria sair e voltar para casa, preocupado com seus pais, que o esperavam, ela trancou a porta e escondeu a chave. Ela queria namorar, enquanto ele se preocupava com o horário. Dinheiro curto, não teria como pagar um táxi. E será que naquele horário ele conseguiria um ônibus? Depois de muita conversa, muita discussão, ela concordou em abrir a porta. E ele se foi. Chegando no ponto de ônibus muito tarde da noite, apareceu um fiscal e ele perguntou: - ¨que horário sairá o próximo ônibus¨? Resposta do fiscal: - ¨só 5 horas da manhã¨. Ele não teve outra saída, deitou no banco do ponto de ônibus e deu um cochilo, sendo acordado pelo barulho do ônibus que encostava no local, já com uma fila enorme de passageiros que iam para o trabalho. Quando chegou em casa, já tinha tomado uma decisão: terminar o namoro. Essa possessividade acabou com a relação dos dois. E nunca mais ele a viu, nem teve notícias dela...
   

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