A MULHER É POETISA OU POETA




A MULHER É POETISA OU POETA?
Filemon Martins

Não é minha intenção polemizar, mas ainda não li, nem vi nenhum registro de que o feminino da palavra POETA seja A POETA, como defendem algumas mulheres. A Gramática ou Dicionário da Língua Portuguesa afirma que o feminino da palavra POETA é POETISA. Uma palavra poética, amena, sublime e que foi honrada por tantas poetisas brasileiras e ainda o é, pois temos atualmente notáveis mulheres poetisas. Não vejo preconceito, não vislumbro sentido depreciativo ou pejorativo, como alegam algumas mulheres.
Parece que a polêmica começou quando a notável poetisa CECÍLIA MEIRELES escreveu o poema MOTIVO, inserido no livro Viagem, publicado em 1938/1939: ¨Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta¨.  Pronto, a poetisa resolveu o problema dela, buscou a rima e a encontrou. Jamais teve a intenção de menosprezar ou depreciar a mulher e muito menos dignificar o homem.
Sabemos que a nossa Língua Portuguesa é dinâmica, podendo haver transformações e mudanças no decorrer do tempo.  Cabe, portanto, aos dicionaristas e filólogos registrarem essas alterações. Enquanto isso não ocorrer, continuarei a tratar nossas notáveis mulheres que escrevem versos como poetisas, assim como foram Cecília Meireles, Hilda Hilst, Cora Coralina, Gilka Machado, Francisca Júlia da Silva, Auta de Souza, Florbela Espanca, Maria Thereza Cavalheiro, Claúdia Roquete pinto e ainda o são, entre outras, Carolina Ramos, Alice Ruiz, Djanira Pio, Maria José Zanini Tauil, Conceição Evaristo, Walda Baldoni, Arita Damasceno Pettená, Beatriz Dutra, Célia Lamounier de Araújo, Elisa Lucinda, Adélia Victória Ferreira, Laura Liuzzi, Ledusha Spinardi, Adélia Prado, Angela Togueiro, Carmen Martin Pazzanese, Ana Martins Marques, Renata Pallottini, Lílian Maial, Martha Medeiros, Vanda Fagundes Queiroz, Araci Barreto da Costa, Marisa Amorim, Doroni Hilgenberg e tantas outras.  
Para concluir minhas observações, transcrevo os versos de Maria do Carmo Gaspar de Oliveira, do Rio de Janeiro, cujo título é: ESCREVO COMO MULHER E SOU UMA POETISA E NÃO ¨UM POETA¨
¨Não sei escrever como um homem, cujo verso é igual ao ribombar do forte trovão! Mas posso fazê-lo como mulher: suave, leve como a brisa, a brisa que se torna vento, o vento que se avoluma e toma forma de um furacão.
O feminino de poeta é poetisa. Eu tenho orgulho de ser mulher. Simplesmente ridículo uma mulher dizer: Eu sou um poeta. Parece que tem vergonha, ou acha pejorativo ser mulher¨!
Maria do Carmo Gaspar de Oliveira
Rio de Janeiro – RJ.
Como se vê não há motivo para dizer que a mulher é poeta quando o termo apropriado é poetisa, conforme reza a gramática. Embora (conheço o episódio) em que o jornal Folha de S. Paulo elaborou um Manual de Redação, acatando o termo poeta para mulheres, ou seja todo e qualquer jornalista que trabalha no jornal é obrigado a escrever que a mulher é poeta. Mas, pelo que me consta lá no jornal não há nenhum Filólogo ou membro da Academia Brasileira de Letras com competência para mudar o Dicionário da Língua Portuguesa. 

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