CECIM
CALIXTO, O POETA DO AMOR
(28/07/1926 a 29/05/2008)
Filemon Martins
CECIM CALIXTO nasceu em Pinhalão,
Paraná, a 28 de julho de 1926, onde fez seus primeiros estudos, transferindo-se
aos treze anos para Curitiba, a cidade sorriso. Trabalhando e estudando,
diplomou-se em Ciências Contábeis na Faculdade de Ciências Econômicas De
Plácido e Silva. Já formado, adotou a cidade de Tomazina, PR, onde começou a
exercer sua profissão. Tornou-se bancário e passou boa parte de sua vida às
voltas com orçamentos, balanços, planilhas de custos, planos de aplicação
financeira desbravando várias regiões do Norte Novo do Paraná, trabalhando no
banco Bamerindus.
Fora da vida
prosaica sua alma de poeta nunca deixou de escrever poesia, especialmente nas
horas de folga, exercitando com maestria a poesia clássica. Tornou-se um
magnífico sonetista, premiado em vários concursos literários de São Paulo, Rio
Grande do Sul e Paraná, entre outros.
Publicou em 1951 seu primeiro livro com o título de “NINFAS”, cuja segunda edição saiu em 1967.
Em 1997 com 99
sonetos publicou “EMOÇÕES” pela editora Editek & Cia Ltda ME, no qual
demonstra toda inspiração que um poeta precisa ter para compor, criar e
arrebatar corações sensíveis que amam o belo.
No soneto OBSESSÃO, diz: “A fé perfeita que a meu ser importa/ dá-me
mais força para abrir a porta/ e entrar no reino que o amor produz. Desprezo os
pomos do pomar alheio/ pois, na verdade, o meu maior anseio/ é pelos frutos
divinais da luz”. Ou ainda nestes dois tercetos do soneto ORATÓRIO: “A
liberdade que me inspira tanto/ dá-me o conforto que jamais me falta/ enquanto
a sós e a caminhar medito. / Na solidão em que sozinho canto/ minha oração que
dispensou voz alta/ possui mais força que estrondoso grito”.
Assim, Cecim Calixto vai-se consagrando como
um dos melhores e maiores poetas de nosso tempo no Paraná e no Brasil, ao lado
de nomes como Apolo Taborda França, Emílio Sounis, Harley Clóvis Stocchero,
José Wanderlei Resende, Leonardo Henke, Moacir Antonio Bordignon, Oldemar
Justus, Orlando Woczikosky, Paulo Leminski e Vasco José Taborda.
Os versos do
poeta paranaense agradam aos ouvidos do mais exigente leitor, porque são
escritos com musicalidade, espontaneidade, inspiração e em português
escorreito. O livro “A VOZ DO AMOR” veio
à luz da publicidade em 2000 pela Juruá Editora, de Curitiba, onde o poeta mais
uma vez esbanja o seu perfeccionismo, com outro conjunto de 99 sonetos
impecáveis. Estudioso, aprimorou sua
técnica e após sua aposentadoria, pôde então dedicar-se à Literatura, como
sempre desejou.
Com razão o
poeta quando escreve em seu soneto A VOZ DO AMOR, que abre o livro com este
mesmo título: “Esfrio a guerra congelando mágoas/ aqueço as almas como esfrio
as águas/ em mutações que a própria mente enseja. / Abro caminho aos vegetais
floridos/ e encho de vida os corações feridos/ porque sou tudo que o mortal deseja”.
Conquistou o 2º
lugar no 14º Concurso Nacional de Poesia, Categoria Especial Paraná, promovido
pela Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Paraná, em 2003, com o soneto
O Rival: “Você de novo colibri teimoso, /roubando a seiva da singela rosa! /
Morro de inveja do rival airoso/ que suga o mel da minha flor mimosa. / A minha
rosa tem o olor gostoso/ que até perturba a vizinhança prosa. / E sem modéstia
o menestrel brioso, / todo orgulhoso, sempre a fez ditosa. Cedo levanto e para
a rosa eu canto/ e com carinho vou secar o pranto/ da noite fria, que seu bojo
aninha. / Mas... meu rival, de novo mais ligeiro, / logrou a mim e a bajulou
primeiro, / sugando a gota que era toda minha”.
Opiniões sobre
o trabalho excepcional do intelectual Cecim Calixto: “Quem tiver oportunidade
de ler seus sonetos verificará, desde logo, o poeta rico de emoções e
sentimentos, que sabe cantar a dor, a paixão e a nostalgia, com rara elegância
e distinção”. (Paschoal A. Pítsica – Presidente da Academia Catarinense de Letras).
“Sonetos de Mestre que demonstram sua naturalidade de poeta”, diz Eno Theodoro
Wanke, Poeta/RJ. “Emoções são, de fato, uma constante na vida do poeta e sua
sensibilidade o induz a criar e viver um mundo onírico de Beleza e Paz”.
(Horácio Ferreira Portella – Centro de Letras do Paraná).
Pertence ao
Centro de Letras do Paraná, Academia Paranaense de Poesia, UBT-PR, Academia de
Letras “José de Alencar” e Círculo de Estudos Bandeirantes. Além dos livros já
publicados, como “NINFAS”, 1951 e 1967 – 2ª edição, “EMOÇÕES”, 1997 e “A VOZ DO
AMOR”, 2000, o vate de Pinhalão, Paraná, tem pronto para publicação novo livro
de sonetos, sem título ainda e o seu primeiro livro de trovas, “TROVAS &
SONHOS”. Participou também da Antologia SETE POETAS, ao lado de grandes nomes
da poesia paranaense.
Verbete da ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio
Coutinho e J. Galante de Sousa, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça
Coutinho e Rita Moutinho Botelho, edição revista e atualizada, em 2001.
Obs.: Focalizado em meu livro FAGULHAS, páginas 56/58.
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