ÚLTIMO VESTÍGIO

 ÚLTIMO VESTÍGIO

 J. G. DE ARAÚJO JORGE

 

Tu deves te lembrar: aquela casa antiga

entre o verde bambual e a frondosa mangueira,

- a varanda, a esconder-se sob a trepadeira,

e o riacho a marulhar sua velha cantiga...

 

As flores... o jardim... a estrada, uma alva esteira

onde nós a sonhar andamos sem fadiga

olhando para o céu, - tudo isto, minha amiga,

mudou... A nossa vida é mesmo passageira...

 

As paisagens de outrora, estranhos transformaram:

- o jardim... o bambual... a estrada, e até nem sei

se as águas do regato os anos não pararam...

 

Uma cousa, porém, existe, eu vi depois:

- é aquele coração com os nomes que eu gravei

no tronco da mangueira a relembrar nós dois!...

 

(Livro OS MAIS BELOS POEMAS QUE O AMOR INSPIROU, VOL. 1, PÁGINA 46)

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