QUEM FOI ARLINDO ALVES DE ALMEIDA?

 QUEM FOI ARLINDO ALVES DE ALMEIDA?

Filemon Martins

 

(Extraído do livro IPUPIARA & IBIPETUM História de Lutas na Chapada Diamantina, de Arides Leite Santos)

 

¨ARLINDO ALVES DE ALMEIDA nasceu em Ibitunane, Gentio do Ouro, em 04 de maio de 1918. Filho de Adrião Alves de Almeida e Maria Alves da Conceição. Mudou-se para o Fundão (Ipupiara) em 1926. Morou com o casal José Alves de Almeida e Fermolina Alves. Frequentou escolas da época, fez estudos primários. Foi comerciante, dono da farmácia, loja de tecidos, produtor rural e dono de rebanho bovino¨.

Casou-se com dona Elisa e juntos tiveram os filhos: Delcy, Maria Darci, Jadilson (falecido), (foi meu colega de escola com o Professor Nenildo, no curso primário, antes de seguir para Xique-Xique), Terezinha, Maristela, Darcizinha, Ivete (falecida), Elizete e José Wilson (falecido).

Arlindo Almeida ou Sinhozão, como era conhecido era possuidor de várias propriedades na zona rural, onde costumava plantar milho, feijão, mandioca, mamão e possuía muitos pés de manga em suas propriedades.

Tornou-se amigo do meu pai, Adão Francisco Martins, logo que este se transferiu de morpará para Ipupiara em 1957. Juntos, incluindo alguns cidadãos da região, tornaram-se baluartes na luta pela emancipação do município de Ipupiara, que até 1958 era ligado a Brotas de Macaúbas.

Nessa luta pela emancipação, é possível destacar alguns nomes, entre os quais, coronel Artur Ribeiro dos Santos, Arlindo Alves de Almeida, José Antonio dos Santos, Aristides Francisco da Silva, Adão Francisco Martins, Eduardo (mais conhecido como Duardim), Aristides Novais, José João Sobrinho, Miguel Barreto, Osvaldo Leite da Silva, Getúlio Ribeiro Barreto, José Avelino, Durval Sodré, Noel Ribeiro, Miguel Martins dos Santos e Antonio Francisco.

A emancipação se deu pela Lei 1015, de 09.08.1958, sancionada pelo Governador da Bahia, Antonio Balbino de Carvalho Filho.

Assim, nosso ilustre cidadão Ipupiarense Arlindo Alves de Almeida se tornou o segundo prefeito eleito do Município de Ipupiara, no período de abril de 1963 a abril de 1967. Nessa ocasião, meu pai foi seu secretário na Prefeitura e Duardim seu tesoureiro. Homem simples, inteligente, honesto, generoso, sonhador, bom de prosa, gostava de sentar-se num tamborete em frente ao seu comércio na Praça Getúlio Vargas e com amigos conversava sobre todos os temas do momento. Era comum se observar aquela aglomeração de pessoas batendo papo sobre política, economia, educação e notícias captadas em jornais que vinham da capital e pelo rádio. Não havia televisão. O programa mais ouvido, na época, era A Voz do Brasil.

Nessa época, parti para São Paulo, onde trabalhava e estudava, mas em minhas visitas à família ainda tive o prazer e o privilégio de participar das conversas com esses doutores sem diploma, mas formados pelo campo, pela vida simples e verdadeira. Nosso focalizado conheceu outras cidades da Bahia e do Brasil, mas nunca se afastou de Ipupiara, que, segundo ele, era sua terra de coração.

 

Faleceu a 17/12/1999.

Nota do autor: Agradecimento a Maria Darci Almeida Durães pelas informações prestadas e as correções sugeridas.      

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