CONTRASTE

 

CONTRASTE

Aristeu Bulhões

 

No chão do meu quintal, que rústico era,

Eu, que de sonhos enfeitava a vida,

Numa linda manhã de primavera,

Plantei ramos de uma árvore caída...

 

E, cheio de ilusão e de quimera,

Abandonei a terra estremecida

Como o viajante que atingir espera

A rósea meta, a que o Ideal convida...

 

Anos depois voltei... Na alma cansada

Nem mais um sonho, uma ilusão trazia

Porque tudo eu perdera na jornada.

 

Mas, cada ramo que plantei a esmo,

Era uma árvore imensa que floria

Para arrimo e conforto de mim mesmo.

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