CONFISSÃO E PRECE
Filemon Martins
Senhor, recorro aos dias do passado,
Trezentos e sessenta e cinco dias
Que Tu me deste aqui, mas o pecado
Não me deixou gozar das alegrias.
Eu nada fiz, bem sei, pra te louvar,
Peço perdão, Senhor, fui descuidado.
Eu não orei com fé, nem quis cantar
Nem ajudar o pobre desprezado.
Vivi no comodismo indiferente,
Sem combater o mal e a tentação,
Quando devia estar alegremente
Contrito a Deus pedindo a proteção.
Deixei de proclamar tua verdade,
O teu amor provado lá na cruz,
Quando morreu em prol da humanidade
Oferecendo paz, perdão e luz.
Hoje Senhor, humilde Te suplico
O teu perdão e o teu excelso amor,
Para que assim de luz eu seja rico
E possa Te louvar com mais fervor.
Senhor, que a minha vida no Ano Novo
Seja de paz, de luz, de compaixão,
Enchendo o coração de todo o povo
Dos preceitos sublimes do perdão.
Senhor, que eu siga o teu divino exemplo
De amor, de fé, de eterna gratidão,
E faça da minha alma um grande templo
Ligado ao céu da tua compaixão.
Obs.: este poema foi escrito em 30/08/1967, em Ipupiara, Bahia.
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