NATAL

 

NATAL

Walter Waeny

 

Véspera de Natal. E o garoto, irrequieto,

Põe, junto à sua mesa, o lindo sapatinho

Supondo que, depois, da casa, pelo teto,

Chegue, pé ante pé, o bondoso velhinho.

 

Quanta coisa ele pede! Às escuras, inquieto,

Espera, entre os lençóis de algodão ou de linho,

Que, em plena madrugada, o velhinho dileto

Dê tudo o que ele quer, com angústia e carinho.

 

Mas nem sempre ele encontra o que havia pedido

Antes de adormecer: o velhinho, esquecido,

Nem tudo, às vezes, deixa, ao partir, de carreira.

 

Lembra o Papai Noel, às vezes, a esperança:

Se nem tudo nos dá, nela ninguém se cansa

De sempre acreditar durante a vida inteira!

 

(Instituto Campista de Literatura, Campos, RJ)

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