A VOZ DO TEMPO

 

A VOZ DO TEMPO

Filemon Martins         

 

O tempo vai levando cruelmente

vidas, amores, glórias e venturas.

Dissabores espreitam lá à frente

e os sonhos viram pó e desventuras.

 

Ao procurar motivo que contente

um coração cansado das agruras,

minha oração se eleva docemente

e busca a paz que desce das alturas.

 

Mas o tempo não para e nem descansa,

não permite sequer uma esperança

que me deixe mudar o itinerário...

 

Impossível fugir do meu destino

já traçado, talvez, desde menino:

_ levar sozinho a cruz do meu calvário!

 

 

 

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